Quisera eu ter a leveza de uma pena
E a bravura de um guerreiro
A coragem de um ladrão
E a preocupação de uma mãe…
Pudera eu poder olhar-te nos olhos
E me ver lá dentro
Poder refletir em mim o seu dia fatigante
E repousar em seu colo desatento
Quisera eu ter o canto de um rouxinol
E as garras de um tigre
A sabedoria de um Senhor
E a inocência de uma criança
Pudera eu ter tua saliva
E te sentir em mim
Poder provocar o teu suor
E engolir seu orgulho
Quisera eu ter a nobreza de uma rainha
E a sutileza de um felino
A loucura de um suicida
E a doença de um leito
Pudera eu ser o pão que tu mastigas
E a beleza de teus anseios
O desejo de sua carne
E a pureza do seu coração
Quisera eu ter a magia de um bruxo
E a despreocupação de um mendigo
A frieza de um europeu
E o fôlego de um atleta
Pudera eu me embriagar de ti
Engolir o teu veneno mortal
Gozar do teu prazer
E levitar ao som de sua voz
Quisera, pudera que importa?
Eu meu vazio me perco
E não interessa a ninguém
Ai de mim… Poeta
Sem comentários:
Enviar um comentário